Inadimplentes no Brasil: 63 milhões

A inadimplência no Brasil chegou a 63,2 milhões de pessoas, número maior de que a população de países como a Itália. Entre janeiro e maio de 2019, um grupo de 3,8 milhões de domicílios estavam com contas atrasadas. São 238 mil famílias. Para se ter uma ideia, no ano inteiro de 2018 foram 291 mil famílias inadimplentes.

Esse dado da Serasa Experian, é o maior desde o início da série (março de 2016) e traz um cenário preocupante. O brasileiro não consegue pagar suas contas, e a situação vem piorando. Inflação alta e desemprego são alguns dos motivos recorrentes.

Entenda melhor a inadimplência brasileira!

“Novos e velhos reincidentes” da inadimplência

Os órgãos de proteção aos créditos classificam os inadimplentes no Brasil. São duas categorias relacionadas à inadimplência no último ano:

  • Novos reincidentes: pessoas que conseguiram pagar as dívidas atrasadas nos últimos 12 meses, mas voltaram a ficar com o nome sujo em 2019.

  • Velhos reincidentes: pessoas que já estavam na lista de devedores e deixaram de pagar mais uma dívida nos últimos 12 meses.

O grupo de novos reincidentes engrossou a estatística dos 63 milhões. No ano passado, entre janeiro e maio, eles eram 24,9%. No mesmo período de 2019, eles totalizaram 27% de inadimplentes.

O grupo de reincidentes antigos reduziu em comparação ao ano passado. Entre janeiro e maio de 2018, eles atingiram 54,4%. No mesmo período deste ano, eles são 52,2% dos inadimplentes. Mesmo com a redução, continuam no topo da inadimplência.

Não houve mudança na taxa de pessoas que entraram pela primeira vez na lista de inadimplência, ela permaneceu estável em 20,6%.

Esses dados são da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do SPC Brasil.

Motivos de inadimplência no Brasil

Muitas empresas lidam com a inadimplência de seus clientes. E eles podem deixar de pagar uma dívida por alguns motivos, como estagnação da economia, desemprego e inflação. Essas foram as principais causas apontadas nas últimas pesquisas sobre a inadimplência no Brasil.

Negociação de Inadimplencia no Brasil

Estagnação da economia

A economia brasileira não evoluiu nos últimos meses. Apesar da aposta do mercado em seu crescimento, ela não deu sinais de melhoria. Havia uma expectativa boa diante da equipe econômica do novo governo. No entanto, ela não se concretizou até o momento. Essa estagnação é uma causa muito relevante da inadimplência no Brasil.

Todo início de ano, as pessoas possuem um acúmulo de contas para pagar. Ocorre um natural aperto no orçamento que, nem sempre, se consegue dar conta. Muitas se tornam inadimplentes, e em momento de crise econômica, isso é ainda mais comum. Para os pesquisadores, é um reflexo da queda do Produto Interno Bruto (PIB). Ele cresceu 1,1% em 2018, mas caiu 0,2% no primeiro trimestre de 2019.

Os devedores que tinham conseguido quitar seus débitos em 2018 voltaram a ficar inadimplentes neste ano. E esse fato decorre dos altos e baixos do PIB.

Desemprego

O desemprego é a principal causa da inadimplência. Assim entendem os órgãos de proteção ao crédito. E é uma questão bastante evidente: quem perde o emprego prioriza as contas essenciais. Se existem débitos secundários, eles permanecerão. A inadimplência cresce.

A estagnação da economia no início de 2019 também ocasiona aumento na taxa do desemprego. O Brasil possui 13,2 milhões de pessoas fora do mercado de trabalho e certamente a inadimplência anda de mãos dadas com o desemprego.

Há muitos relatos de pessoas que estavam inadimplentes e que pretendiam pagar seus débitos em um futuro breve. No entanto, perderam seu emprego, e a situação se agravou.

Inflação

De acordo com o Banco Central do Brasil, “inflação é o aumento dos preços de bens e serviços”. Ela pode ter várias causas, mas sua consequência é certa: diminuição do poder de compra da moeda. Para muitos economistas, a inflação é o que mais afetou a inadimplência no início de 2019.

A inflação dos alimentos, por exemplo, atingiu 3,7% entre janeiro a abril. Isso significa que muitas pessoas foram ao supermercado comprar o básico de alimentação e se depararam com uma alta nos preços. Aqueles com renda menor sentem mais esse impacto. Essa vulnerabilidade também se alia à inadimplência.

Além desses motivos, existem outras situações que fazem com que uma pessoa não cumpra sua obrigação financeira. São elas:

  • Salário atrasado: empresas que deixam de pagar seus funcionários fazem com que eles acabem se tornando inadimplentes. Isso ocorre mesmo diante da vedação constitucional ao atraso de salário.

  • Falta de educação financeira: muitas pessoas não entendem conceitos básicos de finanças. A consequência é a falta de controle sobre os próprios gastos. É uma das causas do endividamento, pois esses devedores não sabem como resolver o problema sem aumentar ainda mais seus débitos.

  • Parcelamentos excessivos: apesar de atrair clientes, parcelamentos excessivos podem aumentar a inadimplência. É o mesmo pensamento da falta de educação financeira, o cliente parcela a compra e perde o controle do orçamento. Com o tempo, não há renda para pagar a dívida.

O endividamento e a contração de créditos aumentaram bastante desde meados de 2018. No entanto, a situação financeira das pessoas não melhorou. Novos e velhos reincidentes fazem parte de um grupo que vem crescendo nos últimos meses. Desemprego, inflação e estagnação da economia são alguns dos motivos desse crescimento.

Diante desse cenários, as empresas credoras devem buscar mecanismos eficientes de recuperação de crédito. Compreender os motivos do débito do consumidor é fundamental. A partir disso, é preciso abrir um diálogo para achar a melhor solução para a situação. Uma boa forma de ter êxito nesse processo de cobrança é contar com o auxílio de uma empresa especializada.

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